sábado, 22 de junho de 2013

Silvano e Taís

Irmã,
Eu beijo a serpente
Eu mordo a maçã.

É quando acordo
Pela manhã
E estás nua
Na minha cama,

É quando acordas
E me falas
Das náiades,
Dos bosques e romãs.

É quando vejo
Que guardas
Entre as pernas
As nossas horas
Mais fraternas,

É quando me ofertas
A flauta de Pã,
A noite
E as cortesãs,

É quando dizes
Que odeias o Tebaida,
E que tua casa
É a opulenta Alexandria,

É quando confidencias
Que enganaste
O monge cenobita
E que jamais deixaste
De ser uma hetaíra.

É quando me despertas
De um quotidiano
De culpa e engano,
Bafejando-me,
Junto a cascatas e fontes,
O alegre nome:
“- Silvano, Silvano, Silvano...”

Oh, irmã,
És Taís
A devolver-me
A meu verdadeiro país!


Nenhum comentário: