sábado, 13 de abril de 2013

Fragmentos


        I

Não temo a vida,
Meu único versículo,
O fora e o dentro
De todo o círculo.

          II  

Buda, Cristo, Krishna,
Tudo será sempre
Artifício, verbo, fadiga,
Deus ex machina.

           III

Vejo sóis, noites
E alvoradas,
Círculos concêntricos,
Ondas a irradiarem-se
De um único centro:
O nada.

         IV

Sinto em tudo
Um profundo vínculo:
Somos todos surdos
Procurando sentido
Para o absurdo.

          V

A vida – furioso helianto –
Simula-se em canto,
Porque somos todos
Filhos da loucura
E do espanto.

            VI

Salto de todos os círculos,
Rompo circuitos, esferas,
Chego ao finis terra
Para ver o que tanto nos aterra:
O infinito ao finito circunscrito.