segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Soneto do povo idiota

 

Pensava que este povo, com valor,
Votasse agradecido e sem temor.
Pensava que ele ao menos fosse bravo
E não de ideias tolas fosse escravo.
Pensava que, por ser justo eleitor,
Votasse inteligente, sem rancor;
E pela gratidão, não por centavos,
Elegesse quem, sério e sem conchavos,
A todos governou com retidão.
Mas feito de idiota, seduzido
Por mentiras, votou prostituído,
Pois, ingrata, esta vil população,
Que jamais será nobre à foz de um tejo,
É do Botas, do escuro e velho brejo.