Há
lógica
Na
lógica
Do
poeta?
Sim,
por certo,
Como
há lógica
No
vôo de um pássaro,
Mas
não como há lógica
No
vôo de um jato.
Como
há lógica
No
pulo do gato,
Nas
flores que nascem
No
meio do mato,
No
beijo, no ato, no cacto,
Porque
a poesia
Não
é um jogo de dados
Nem
cláusula de contrato.
Há
lógica
Na
lógica do poema
Como
há na pena
Ou
no chilro
Da
ave que gorjeia,
Como
no vôo da abelha
Ou
no adejo,
De
flor em flor,
Da
borboleta,
E,
então, traduzi-la
Em
metáfora,
Em
palavra,
Em
som,
Em
letra,
Em
mar...
Há
tanta lógica
No
poema
Quanto
há na borboleta,
Em
vê-la
E
imaginá-la,
Em
sonhá-la
E
escrevê-la
Depois
de vivê-la,
Suas
asas, cores
E
antenas
Em
palavras
E
lógica
Que
nos transmitam
Todo
o apuro
E
leveza
Do
que acertaram chamar
De
beleza.
Que
o poema
Seja
lógico,
Não
como um relógio
Ou
um edifício,
Mas
como jóia,
Luz
pela clarabóia
A
iluminar-lhe
O
corpo físico.
Que
o poema
Não
pareça
Frio
construto
E
seus fins,
Mas
fruto
Cujo
fim
Seja
não ter
Qualquer
fim,
Senão
aquele
Que
faça sentido
Para
mim,
Senão
aquele
Que,
não sendo prévio,
Seja
de fato
Meu
olhar
Sobre
os pássaros,
Cactos,
prédios
E o
mar...
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