sábado, 29 de junho de 2024

Soneto do homem em chamas

 

Todo um Zeppelin arde no meu peito.

Todo em chamas me queima no meu leito.

É fogo consumindo-me indecente,

Insânia que só minha carne sente.


Ânsia – desejo nunca satisfeito,

Coisa que me lançar de um parapeito

Me faz querer às camas loucamente

Em busca de prazer que me alimente


A boca que não cessa de querer

Beijos, bocas, ser que ama por inteiro

E bêbado só pensa em se perder,


Ardendo como Roma num incêndio

Ou no calor do Rio de Janeiro

Quem do excessivo amor quer o dispêndio.