Sinto que o essencial em mim faltou,
Que tudo se esvanece sem demora,
Que rompo inutilmente toda a aurora
Desta vida em que nada me bastou.
Sinto que no fim tudo se frustrou,
Que alheio me tornei quem ignora,
Aceito ou reprovado, dentro ou fora,
O fardo que meu ser sempre curvou.
Me fica a sensação de ter vivido
O que me foi imposto ou obrigado
E jamais meu prazer ter consentido,
Pois logo que nasci vivi errado
O que nunca me fez qualquer sentido
E faz com que me sinta malogrado.