Silvano é alegre!
Sinto amor,
Sinto febre,
E corro nu
Como as gazelas
Atrás de lebres
E donzelas.
Seduzo as mais belas
E nos eflúvios do álcool
E da cocaína
Faço amor com elas
Porque amar
É minha sina,
Viver entre mancebos
E concubinas,
Ao som
De tambores e flautins,
Ébrio de orgias
E festins
Com efebos e meninas.
Ah, viver no enleio
De braços, pernas
E seios,
Devasso
A sempre cair preso
No laço dos desejos.
Pinto o rosto,
Ponho máscaras
E levo ao riso.
Impressiono,
Cabotino,
Mulheres e meninos
Só para ter
De rosetas e falos
Os altos páramos
De um orgasmo.
Beijo, beijo, beijo,
E amo com ardor e pressa
Porque a morte é certa
E a velhice é ruína
Sem qualquer promessa.
Porque só no gozo
Antevê a alma
Aquela profunda calma
De não carecer
De ascese ou cabala,
De sentir-se livre
De todas as jaulas –
Êxtase do nada!
Silvano é alegre!
E não há
Como não sê-lo
Quando o dia é breve,
Mas repleto
De promessas
E enlevos.
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