I
Não temo a vida,
Meu único versículo,
O fora e o dentro
De todo o círculo.
Buda, Cristo, Krishna,
Tudo será sempre
Artifício, verbo, fadiga,
Deus ex machina.
Vejo sóis, noites
E alvoradas,
Círculos concêntricos,
Ondas a irradiarem-se
De um único centro:
O nada.
IV
Sinto em tudo
Um profundo vínculo:
Somos todos surdos
Procurando sentido
Para o absurdo.
A vida – furioso helianto –
Simula-se em canto,
Porque somos todos
Filhos da loucura
E do espanto.
Salto de todos os círculos,
Rompo circuitos, esferas,
Chego ao finis terra
Para ver o que tanto nos aterra:
O infinito ao finito circunscrito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário