Ó
Lua, luna
Lunática,
Dize-me
Que sou tua
À minha carne nua.
Desce, te conjuro,
Errática,
Sobre seio perjuro.
Não me venhas
Com tanta gente
Que te olha descrente,
Não me venhas
Com reles vidas,
Ruas e avenidas.
Vem difusa,
Lua prolixa
Dos amantes, intrusa,
Ó
Lua, luna
Hierática.
Vem e mente,
Inunda meu quarto
Profundamente.
Dize-me algo!
Mas nada dizes
Sorumbática.
Surja-me alva!
Mas me apavora
Fantasmática
No meu quarto
Após parir-me
Um lagarto,
Lua réptil
A devorar-me
Autofágica...
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