terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Soneto do homem proletário

 

Meu rosto proletário e jacobino
De rugas vai se enchendo tão cansado.
Na fronte, vejo linhas conformado
A perder mais um dia citadino.
Na vida, me impuseram figurino
Que visto só, anônimo e explorado,
Porque não luta o povo alienado
Que um dia quer virar um girondino.
Me empenhei, mas não vi qualquer mudança.
Inútil pareceu todo o ideal
No qual cria repleto de esperança.
Aos poucos, vou chegando ao meu final.
Não posso mais lutar nem ser criança
E vivo eternamente desigual.