Chove,
Faz
mau tempo
E,
no entanto,
Não
há
Nuvem
no céu.
Chove
tanto,
Bocas,
luas,
Árvores
secas,
Nuas
Aos
meus pés incréus.
Chove,
Torrente
Sobre
minha cabeça
Sem
guarda-chuva
Ou
chapéu.
Chove,
Chuva
forte
Ou
miúda,
Chove
Guerrilhas
e disputas.
Chove
De
um céu mavorte
Chacinas
e mortes.
Chove
porque
Somos
todos réus.
Chove
Contra
o céu
E as
gotas de chuva
Enchem-lhe
o cálice
Com
mares de fel.
Chove
De
céus cruéis
O
consumo
Que
nos determina
A
vida e o lucro dos cartéis.
Chove
De
um céu sem céu,
Sem
lua
Ou
firmamento
Ao
canto do menestrel.
Chove!
Chuva,
queima
De
pântanos
E
sistemas,
Imenso
fogaréu.
Chove
Dívidas,
cifras
E
despesas,
Chove
monstros
Da
chuva e da beleza.
Chove
Pouco
salário,
Descontos,
O
prejuízo acionário
Sobre
o povaréu.
Chove
A
solidão
Dos
sobretudos,
O
labéu de impostos
E
tributos.
Chove
Contra
nossos gritos
O
mármore
E o
granito
De
vetustos mausoléus.
Chove!
Chuva
– brasa,
Desespero
Que
desaba
Dos
arranha-céus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário